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Desperdício alimentar e aproveitamento do mesmo
O desperdício alimentar resulta da perda de alimentos quando estes não são consumidos. Esta é uma situação que afeta Portugal e todos os países desenvolvidos, sendo que as consequências negativas ocorrem aos níveis económico, ambiental e social. O desperdício alimentar pode ocorrer em qualquer uma das fases da cadeia alimentar – desde a produção do alimento, ao seu consumo – e apresenta impacto na diminuição da sua biodiversidade, na diminuição de reservas de água potável e contribui para o aumento das emissões de gases com efeito de estufa. Em Portugal, são desperdiçados anualmente, um milhão de toneladas de alimentos, dos quais 324 mil toneladas são desperdiçadas ao nível do consumidor.
O desperdício alimentar levanta várias questões, sendo uma das principais o elevado número de pessoas que passa fome no mundo, que podia ver as suas necessidades supridas com alimentos que são recorrentemente desperdiçados quer no setor da restauração, quer por consumidores individuais. A outra questão é o impacto para o meio ambiente, uma vez que os alimentos desperdiçados e que são deitados no lixo são, frequentemente, enterrados em espaços próprios como lixeiras provocando, posteriormente, a produção de gás metano e outros gases com efeito de estufa.
Estas questões têm levantado cada vez mais vozes e reunido mais esforços em diversas iniciativas. Inicialmente, na Dinamarca surgiu o supermercado WeFood e, posteriormente, em Portugal, o Good After – supermercado online. Estes têm como principal objetivo contribuir para a diminuição do desperdício alimentar, vendendo produtos perto do fim do prazo de validade a preços consideravelmente mais reduzidos, que embora aptos para consumo, não apresentam condições de acordo com os objetivos de outros retalhistas.
Para além destas iniciativas existem também alguns projetos de voluntariado como a ReFood e o Zero Desperdício que reaproveitam as sobras de restaurantes e de superfícies comerciais e distribuem-nas a famílias carenciadas. Para além destes projetos existem também iniciativas como a Dose Certa, que pretende reeducar as quantidades e os tamanhos das porções cozinhadas nos restaurantes, ou a Fruta Feia, que utiliza a fruta com apesto menos apelativo, mas conserva a mesma qualidade, para ser comercializada e consumida.
São várias as técnicas e ações que podem ser levadas a cabo para reduzir o desperdício alimentar. Escrever a lista de compras é uma boa técnica para evitar comprar por impulso, ou consumir em primeiro lugar produtos que apresentam prazos de validade mais curtos evitando, por isso, desperdiçá-los. A Associação Portuguesa dos Nutricionistas lançou ainda um ebook com receitas para reduzir o desperdício alimentar.
